sábado, 25 de abril de 2009

Princess' night-suit

Sentada na cama, com a cabeça encostada na janela, pensando em você, mais uma vez... Estou dentro desse pijama ridículo, aquele que eu sempre te disse que odiava, fazendo você rir, dizendo que eu ficava uma princesinha nele. A única coisa que me impedia de jogá-lo dentro da lata de lixo de uma vez por todas.
Me recordo das milhares de vezes que me convenceu a não fazer, ou fazer algo. Quando você me via sentada na sua frente, mexendo freneticamente o canudo do meu Milk-shake, você levantava, vinha sentar-se do meu lado, e quando eu contava o que estava na minha cabeça, você simplesmente me abraçava, e fazia algum comentário impróprio sobre alguma pessoa ao nosso redor. Quando você ia comigo até em casa, e eu achava que teria que voltar pra realidade, com as minhas preocupações, você me dava um beijo na testa, e me dizia que caminho seguir.
Lutei contra tudo o que me mantinha ali, e levantei. Peguei aquele casaco preto que você me deu no meu ultimo aniversário e coloquei por cima do pijama. Calcei um par de pantufas verdes, e sai correndo.

Alem do vento frio batendo no meu rosto, eu podia sentir o mundo desabando atrás de mim enquanto eu corria pelas ruas. Virei varias esquinas, corri por várias ruas, esbarrei em várias pessoas, até para em frente a um conhecido prédio. Empurrei a porta principal, que como sempre estava aberta, e entrei na primeira porta a esquerda, que assim como a outra estava destrancada.
Caminhei tomando cuidado pra não esbarrar em nada, nem fazer nenhum barulho, fui até a ultima porta do corredor, e empurrei a com delicadeza. Você estava ali, deitado na cama, com tudo espalhado em volta, como sempre. Fui até a ponta da cama, e engatinhei até estar do seu lado. Você acordou, e eu me esforcei pra dar o melhor sorriso que eu conseguia, que você retribuiu, sentando do meu lado, e fazendo sinal pra que eu escorregasse para o seu colo, o que eu fiz.
Com a cabeça enfiada no seu peito quente, escutando a sua respiração, sabia que tudo estava bem. Respirei fundo, e sussurrei as três palavras: “Eu te amo.”

sábado, 18 de abril de 2009

And what about to live?

Pra que pensar qual o motivo de estarmos aqui, nesse instante, quando a resposta já esta escrita em nossa memória, porém sufocada por coisas que hoje em dia ganharam maiores importâncias do que deveriam.
Nosso objetivo aqui na terra, não é ser o melhor, ter dinheiro, ser popular, ou seja lá mais o que você imaginou ai. Temos apenas um propósito, e por mais simples que ele pareça, poucas pessoas conseguem alcança-lo. Nosso objetivo na terra é viver!
Arrancar o maior números de sorrisos, ouvir o maior números de suspiros, cair de amor, chorar de felicidade... De que adianta, se hoje somos completamente sufocados por estudos/trabalho, dinheiro e coisas assim.
As vezes imagino que os povos antigos, de preferência os da pré-história, realmente eram mais felizes do que a gente. Podiam morrer por causas de doenças sem cura, não entender o por que dos dias e noites, não saber quanto é a raiz quadrada de nove, nem ter toda a tecnologia que temos hoje, mais eles aproveitavam mais a vida. Passavam o tempo um com os outros, e caçando quando precisavam.
Admito, trocaria toda a tecnologia (o conforto de casa, não, mais a tecnologia sim) pra viver sem ter que me preocupar se amanhã ainda vou lembrar o que são lipidios, ou qual a lei dos senos e cossenos, muito menos se vou conseguir passar no vestibular daqui a dois anos. Só de imaginar que as palavras matemática, física, química, biologia e até mesmo história não existiariam, já bate em mim um alivio.
Mais e você? Trocaria tudo isso, pra aproveitar de verdade a sua vida?

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Argumentos confusos

A musica pulsava por todo o seu corpo, e se olhasse ao redor a veria pulsar nos corpos a sua volta, mais nem isso ela não escutava mais.
As imagens das pessoas a sua volta, a música alta em seus ouvidos, o vento batendo no rosto, nada mais disso ela sentia. Estava em um abismo, sem começo e sem fim. Como companheiro, apenas o aperto no peito, a saudade de coisas que nunca teve.
Odiava isso. Aquele sentimento que tinha prometido nunca mais deixar entrar, havia tomado espaço novamente, dessa vez em maiores proporções. Sentia-se sósinha em meio a multidão, e enquanto tentava pensar em alguém que comprovaria que estava errada, que tinha alguém ao seu lado, via os milhares de rostos conhecidos passarem pela sua cabeça, e derrepente nenhum deles era mais familiar.
Sabia que era uma coisa que teria que enfrentar, hoje ou amanhã. Assim que decidiu que seria quem era, sabia das consequências, aceitou-as, assinou o contrato. Hoje, já não tem mais volta.
Estava segura dentro de si mesma, mais sabia que não teria ninguém pra levanta-la quando caísse. Hoje, tudo o que queria era conversar.
Imaginou uma cena, as frases, o quarto, a caixa de pizza aberta em cima da cama,... Ouviu as palavras, viu a cena. Mais dela não sentiu nada. O aperto não afrouxou.
Queria correr, correr pelo gramado que não existia, sentar-se embaixo da árvore que nunca havia visto, lendo o livro que nunca havia encontrado, com a companhia certa, da qual nunca havia compartilhado, a solidão.
Lembrou da prova que tinha, da decepção que vivia, das vontades que continha... Guardou tudo de volta, e voltou pro corpo. Lembrou da redação de português " Argumentos confusos..." Ela tinha razão, tinha que arrumar os pensamentos, mais é uma coisa difícil de se fazer quando se esta em meio a confusão, e o único que sabe organiza-la, não existe.