sábado, 30 de outubro de 2010

I always win in the end

Metade do tempo ela escutava as mesmas palavras das pessoas todas as vezes em que não conseguia ver nada por entre seus olhos cheios de lágrimas. Sempre as mesmas palavras, que junto com a visão embaçada, entravam por um ouvido e saiam pelo outro, só dando um pequeno aceno. Sabia que todas aquelas coisas eram a coisa certa a se fazer, mas não era o que ela queria. Era exatamente do que ela tinha medo, e muito. Não fez.
Foi só no meio de uma apreciação da paisagem, mergulhada em pensamentos sobre seu coração apertado, que todas as coisas certas foram ditas pela única voz que ela ouviria, a do seu coração. Ele não murmurou em voz baixa e delicada como todas as pessoas que haviam dito antes, também não fez com que soasse como um conselho. Não, era uma ordem, uma conclusão, o movimento certo para um cheque mate bem elaborado e brilhante, logo ali.
Não ia cometer o mesmo erro, não iria ignorar aquela voz sábia que vinha de dentro dela, lhe dando as instruções corretas. Porque tudo tinha o seu tempo certo para se sair perfeito, e agora ela sabia, que esse momento tinha chegado. A vitória estava agora, em suas mãos.

#Eu ainda odeio como as palavras adoram dançar na minha mente, apenas quando não posso escreve-las. O resto do tempo, todas elas resolvem fugir com a minha sanidade.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Reflexo


"Essa não sou eu."
É tudo o que eu consigo pensar enquanto encaro minha própria imagem no espelho, me esforçando ao máximo pra deixar a imagem nítida e tentando me mostrar confiança. Mas se você preferir, pode utilizar apenas a frase: tentando ao máximo segurar o choro, que por sinal, estava tentando vir mais forte do que nunca.
Milhares de imagens de filmes e séries me passam pela cabeça assim que a ideia de fazer meu pulso ir de tudo ao encontro da minha imagem me parece agradável.
"Você não quer ser fraca. E também, como explicaria a rachadura no espelho? Como mentiria sem cair no choro ou começar a balbuciar a verdade?" Era a mais pura verdade. Eu odiava ver o sofrimento nos meus olhos, e pensar que era você quem estava causando tudo aquilo. Odiava o quanto eu podia ser vulnerável na sua mão e quantas loucuras você fazia passar na minha cabeça em momentos de tristeza como esse. "Foram 5 segundos pra sua vida desmoronar. Pare de ser tão fraca! Erga essa cabeça e utilize o ego que você deveria ter ai dentro."
Respiro. As palavras são duras, mas são verdadeiras. Nenhuma lágrima escorre enquanto eu xingo mentalmente cada centímetro seu. Mas as coisas continuam demolidas aqui dentro. Eu só escondo isso do reflexo no meu espelho.