sábado, 27 de novembro de 2010

O que tinhamos aqui

Nela ninguém jamais havia despertado um interesse tão simples. Foi quase como um acidente, quando ele esbarrou na mão dela, e seu corpo foi inundado por choques elétricos. Ele não era nenhum principe encantado, nem fazia seu coração parar. Mas aquelas descargas elétricas haviam a aprisionado. A cada toque insignificante, ela se sentia eletrizada, e com o tempo apenas um olhar mais intenso, mais intimo, só dos dois, já disparava seus choques.
Nenhum sorriso havia chamado a sua atenção daquele modo. Era como se fosse impossível não ser feliz olhando para ela, ouvindo a sua risada. Começou como um pequeno vício, ver seu mundo preto e branco se colorir diante daquele sorriso, diante dela. Era em meio ao desespero de torna-la real que ele se encontrava de braços esticados, pronta para toca-la. Mas era quando ela vinha até ele e o abraçava, sem dizer nada, e logo então sumia, que seu perfume impregnado nele não deixava dúvidas de que ela era real.
Eles pertenciam tanto um ao outro, que era difícil não notar. Se moviam numa sincronia perfeita, só eles pareciam não notar feito tão natural que ocorria entre eles. Trocavam olhares como se fossem confissões, e ambos entendiam o poder de cada segundo. O jeito com que se tocavam, a delicadeza e proximidade entre os dois, era algo incrivel. Se eles ao menos soubessem o que tinham ali...


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

tempo de queda...

Ainda me encontro de boca aberta de fronte com o o fato de como as coisas acontecem rápido. Claro, tudo leva tempo, e quando se espera por alguma coisa, ela simplesmente leva eras pra acontecer. Porém, fatos conseguem nos acertar em cheio na questão de segundos, e podem levar milésimos de segundo até que seu corpo encontre o chão com violência, ou no meu caso, você pode ficar horas e horas caindo...
Foi assim. Foram necessários apenas alguns segundos e um comentário despretensioso para me colocar em uma espécie de coma. Eu só ficava lá, flutuando enquanto o meu estômago lutava com meus pulmões por espaço dentro de mim, e minha mente jogava pensamentos um atrás do outro, como pequenas bombas destruindo o oponente aos poucos.
Aquele era o ultimo pilar que segurava a minha estrutura. Apesar de longe e intocável, ele continuava ali, sempre firme. Finalmente tinham o derrubado. Eu havia atingido o chão. E agora era só eu. Eu e meus escombros.